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Casa do Capítulo

 

A meio da galeria nascente do claustro real, rasga-se a porta de entrada para a casa do capítulo, um vasto espaço quadrangular de 19 metros de lado, coberto com uma impressionante e arrojada abóbada estrelada de oito pontas sem qualquer apoio central. Depois da igreja, esta era a dependência de maior relevo na vivência diária dos frades dominicanos, que aqui se reuniam para escutar e refletir os diversos capítulos da regra monástica por que se regiam e para discutir assuntos relevantes do seu quotidiano.

A porta de acesso a este espaço, com um grande arco ogival, encontra-se ladeada de amplos janelões geminados, encimados por espelhos vazados.

Realce para a já referida abóbada, cuja novidade estrutural é bem demonstrativa das capacidades de mestre Huguet. Pode inclusivamente pensar-se que terá sido a novidade e o arrojo desta realização que terão convencido o rei D. João I a entregar-lhe o projecto da Capela do Fundador.

No interior da casa do capítulo, em uma das mísulas dos ângulos, está representada a figura de um mestre pedreiro: acocorado para melhor se adaptar ao suporte e tendo nas mãos a régua identificadora da profissão, veste única cintada e chapéu de turbante traçado com pano pendente, segundo moda do século XV.

No muro nascente rasga-se uma grandiosa janela de três lumes e alta bandeira preenchida por uma delicada composição flamejante. Os vitrais que a preenchem, datados de 1514 e restaurados em grande parte, representam, como num tríptico, três momentos da crucificação de Cristo.

As dimensões grandiosas desta casa do capítulo, associadas a uma penumbra contida em que esta casa está sempre mergulhada, adensando-se a sua grandeza e solenidade com o colorido dos vitrais e da temática neles exposta terão sido razões suficientes para que fosse este o espaço escolhido para a nação portuguesa homenagear os seus militares mortos em combate trasladando para aqui, em 9 de abril de 1921, os restos mortais de dois soldados desconhecidos da Grande Guerra, que aqui repousam, tendo bem junto o lampadário monumental, onde arde permanentemente a “Chama da Pátria”.

 

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