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Ordem de S. Domingos

 

A Ordem de São Domingos é uma ordem que pertence ao grupo das ordens mendicantes, da qual fazem parte frades professos, irmãos leigos e noviços.

 

Foi fundada em Toulouse, França, no ano de 1216, por São Domingos de Gusmão, sacerdote castelhano nascido em Caleruega a 24 de junho de 1170, que cedo descobriu a sua vocação.

 

Vem a falecer a 6 de agosto de 1221, em Bolonha, e foi canonizado a 1234, em Roma, pelo Papa Gregório XX.

 

A orgânica da Ordem Dominicana, uma vez definida por S. Domingos, permaneceu ao longo dos primeiros séculos, no essencial, praticamente inalterada.

 

Do ponto de vista jurisdicional, a Ordem é regida pelos seguintes princípios:

 

1 – pelo direito comum a todos os religiosos,

2 – pelas prescrições da Santa Sé relativas aos pregadores,

3 – pela regra de Santo Agostinho comummente adotada pelos cónegos regrantes

4 – pelas constituições particulares da ordem oriundas dos capítulos generalíssimos,

5 – pelas ordenações por capítulos gerais ou do Mestre Geral

6 – pelos seus costumes legítimos

 

Os dominicanos não são monges mas sim frades. Não são tão isolados e têm um papel mais ativo junto da comunidade secular (ex: obras de caridade, serviço aos pobres, pregação e evangelização). A sua vocação é, precisamente, a “salvação das almas” mediante a pregação e proclamação do evangelho, tentando combater a heresia. É, por isso, também chamada Ordem dos Pregadores. A sua sobrevivência depende das esmolas e dádivas dos outros, uma vez que renunciaram à posse de quaisquer bens, devido ao voto de pobreza que fizeram.

 

Vivem em comunidades cujo dia a dia se preenche com a celebração da liturgia, o cumprimento das horas canónicas e a dedicação assídua ao estudo, comprometendo-se a viver na castidade e obediência.

 

A Ordem Dominicana tem as suas bases assentes na verdade, isto é, o estudo, a reflexão e a pregação da verdade, revelada por Jesus Cristo e pela Igreja (utilizando o método escolástico). Não é, pois, de admirar que inúmeros membros da ordem se tenham tornado famosos teólogos, escritores, pregadores e, até, inquisidores. A sua actividade de ensino e da busca e disputa intelectual, tiveram como frutos grandes pensadores, e deram inúmeros contributos para a história da Europa e do mundo.

 

Ser prior não era a mesma coisa que ser abade, o de uma espécie de “pater”, mas antes o de administrador ou servidor da casa e dos seus frades. Ao serviço do próximo, contudo, através da investidura duma autoridade que tinha origem sagrada.

 

Ao prior cabia também o zelo do culto divino na casa e o conhecimento de cada membro da sua comunidade.

Esta ordem teve bastante aceitação em Portugal e, apesar da província portuguesa ter desaparecido em consequência da extinção das Ordens Religiosas em 1834, foi oficialmente restaurada a 11 de março de 1962.

 

Uma das comunidades dominicanas mais célebres em Portugal foi fundada em 1388 – O Convento de Santa Maria da Vitória, mais conhecido por Mosteiro da Batalha.

 

Sabemos que a maior parte dos priores batalhinos eram detentores de graus académicos, como é o caso de Frei. Lourenço Lampreia, primeiro prior do convento, doutorado em Teologia.

 

Aliás, quase todos os frades tinham altos estudos, o que tornava muito importante a escolha de um prior à altura dessas exigências. Era um grupo que detinha autoridade e poder sobre todos os restantes membros da casa, quer em virtude das suas funções de docência, quer pela sua atividade na pastoral monástica, quer ainda pela proximidade que alguns deles usufruíam junto da aristocracia cortesã, nomeadamente como confessores, o que veio a contribuir, mais tarde, para que no convento da Batalha se instituísse uma universidade de teologia, com docentes como Frei Bartolomeu dos Mártires.

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